Engraçado!Quando paro e avalio minha trajetória dentro da fotografia me espanto nos caminhos que a vida traçou até me reencontrar com ela.
Explico:Lá na minha juventude, com doze, treze anos, cheguei a auxiliar por alguns meses um fotógrafo de minha cidade. O João.Foi ele, o João, o primeiro professor que me ensinou as básicas lições sobre velocidade, luz, ISO, os diferentes tipos de filmes etc.
Lembro-me do estúdio, da velha Zenit, das tochas, dos fundos infinitos em tecido, e claro, de minha primeira vez dentro de um laboratório de revelação; A luz vermelha, os químicos e, a imagem surgindo em pequenos retratos 3x4.Foi aquela uma breve passagem pelo mundo fotográfico até me reencontrar com ele algum tempo atrás.Mas antes do reencontro me tornei locutor de rádio e sigo por trás dos microfones até hoje.Apresentei por um período alguns programas de TV em canais fechados da NET e até me arrisquei com minha amiga Adriana, a apresentar o Tribo21 para todo o estado catarinense.Fiz teatro, o que me mostrou e auxiliou muito em outro tipo de construção de imagem.Virei noites como DJ e o movimento dos corpos e das luzes deixaram muitas imagens gravadas em minhas retinas.Uma destas imagens inesquecíveis foi quando vi minha mulher dançando. E ela dança comigo até hoje.Levei a poesia nacional e internacional para a mesa de bar em encontros de leitura durante dez anos e até hoje sigo com um canal no Youtube dedicado a poesia e literatura.E também fiz colunismo social em jornais locais, onde voltei a me reencontrar com uma câmera fotográfica. Uma fantástica cyber-shot Sony com incríveis 14 pixeis.Ok! É uma câmera básica das básicas mas, com ela cliquei muitas pessoas para as páginas dos jornais.E em 2014 aconteceu a grande mudança em minha carreira.Assumi a assessoria de comunicação da AAU - UnC Concórdia, equipe de handebol feminino, onde os cliques se tornaram frequentes e as exigências aumentaram.
A cyber-shot no início estava presente e com ela fiz literalmente milagres nas coberturas dos jogos.Coloca no modo esporte, fé em Deus e dedo no botão. Essa era a oração antes de cada jogo.Então, devido ao esporte, ao handebol, adquiri minha Canon. Uma 70D que me permitia, imaginem, tirar sete fotos por segundo em imagens congeladas. O movimento. A atleta no ar e... os borrões, as imagens subexpostas ou superexpostas.As velhas aulas do João voltaram a minha mente: Luz, velocidade, ISO.E graças a internet, outras aulas foram sendo incorporadas ao dia a dia com nomes como Marcos Fraresso, Lucas Cavalheiro, Henrique Ribas, Robison Kunz, Everton Rosa, Rafael Ferreira, Araquém Alcântara, Dan Hecho e tantos outros.É uma lista enorme de professores e inspirações que me auxiliam na construção de uma identidade.
E do esporte, gradativamente fui reencontrando o lado do retrato, adentrando novamente ao mundo do teatro, da dança, dos show e dos ensaios.
Neste reencontro com a fotografia descobri que amo sombras.Também descobri que não tenho vontade alguma de fotografar casamentos ou newborn.Troco um casamento por um ensaio pet. Amo pets!Troco um newborn por um boudoir.William Faulkner escreveu em seu livro "O som e a fúria" de que: "o homem é o somatório de todas as suas experiências".Acredito nisso! Sinceramente!Na minha fotografia procuro trazer um pouco da música, da dança, da poesia, do teatro, do movimento esportivo, das coisas que me somam.E para encerrar, espero sinceramente que em breve possa somar aos meus trabalhos, um pouco de você.Será fantástico ter essa experiência.Até breve!!